top of page

Agricultura Familiar Brasileira e a Demanda Mundial



Segundo a FAO[1], os produtos da agricultura familiar brasileira têm uma aceitação mundial notória e crescente. Mais do que um modo de produção, a agricultura familiar é um dos pilares de socialização e consolidação da vocação nacional para a agricultura e para a extensa produção insumos diferenciados e participantes das mais diversas cadeias produtivas. Na Amazônia não é diferente, e, portanto, um dos principais fatores da organização produtiva é a estrutura e organização das comunidades e organizações produtoras.


Como representantes de indústrias que tem mostrado interesse pelos produtos amazônicos, podemos citar:

  • Cosméticos, Higiene e Limpeza;

  • Fitofármacos;

  • Óleo-química;

  • Alimentos e Bebidas, Alimentos Especiais e Funcionais;

  • Biofertilizantes;

  • Alimentos funcionais;

  • Fibras Naturais;

  • Exportadores de Produtos Naturais.


Dentre as indústrias listadas, estima-se que apenas a cadeia de cosméticos, higiene e limpeza, responda por um mercado de cerca de U$ 2 bilhões de dólares, sendo que a Amazônia participa apenas de 2% deste mercado. A ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – destaca que a biodiversidade pode vir a redesenhar a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.


Neste mercado, a importância está no conceito de ingredientes de origem natural, vegana, com insumos advindos de lugares exóticos e com fortes histórias por trás das marcas, o que corrobora a centralidade do papel das comunidades e seus saberes tradicionais na forma de contar a história do produto e na forma de promover a sustentabilidade através da incorporação de abordagens de gestão territorial, desenvolvimento humano e parcerias de longo prazo com comunidades locais.


Os orçamentos privados têm aumentado paulatinamente, como podemos ver nos registros de empresas como a Natura[2], que passou de R$ 15 milhões de reais em 2010, para mais de R$ 60 milhões entre 2019 e 2020. Essa tendência aponta ainda, para mais mobilização local do setor produtivo de insumos florestais não-madeireiros, sendo esta movimentação, ademais, acompanhada de diversas ações de melhoria produtiva, capacitação para o cultivo, segurança do trabalho, dentre outras.


A Natura, hoje, figura talvez a maior compradora privada de insumos da agricultura familiar, numa região extremamente sensível como é a Amazônia, possui um orçamento anual de cerca de R$ 15MM, tendo investido, nos últimos 5 anos, algo em torno de R$ 80MM na compra de produtos como murumuru, cupuaçu, castanha, maracujá, ucuuba e patauá, dentre outros.


Entre outras empresas com interesses recém demonstrados em produtos da biodiversidade amazônica, temos: 100% Amazônia, L’Occitane, The Body Shop, Lush, dentre outras. Além das mais tradicionais: Beraca e Coca-Cola. Neste contexto, há que observar que o próprio caminho da qualificação industrial dos produtos da agricultura familiar, tem se tornado a base para novas formas de produção e construção de parcerias, mas, sobretudo, tem mudado significativamente a forma de o mundo enxergar a produção destas comunidades e, para elas próprias, representa um aprendizado que as tem catapultado para novos e, antes, impensados mercados.


Além dessas empresas, em um estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), outras empresas, tais como: Benedito Mutran & CIA. LTDA; Juruá Cosméticos; Caiba Indústria e Comércio; Chamma da Amazônia; Ervativa; Renmero Pará. Com base no relacionamento direto com algumas empresas atuantes nos territórios estudados, levantamos outras empresas: Amazon Oil, Citróleo, Bio Extratos da Amazônia.




Regionalmente, podemos citar outras empresas com potencial de compra dos produtos dos negócios mapeados neste estudo, tais como: Agroindustrial Tapajós; Frut’s Polpas Naturais; PRB – Fabricação de Óleos Vegetais; Bunge Alimentos.

[1] Ver: http://www.fao.org/family-farming/detail/es/c/522540/. Acessado em: 02.01.2022. [2] Encontre em: https://www.natura.com.br/relatorio-anual. Acessado em 06.01.2022.

bottom of page